quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sofrimento

Quero esquecer que estou sofrida por um quase amor. Outra vez.Vinha a ouvir a rádio no caminho de casa sem escutar as musicas que passavam.Vinha a pensar que já não sei como se namora. Todos os meus amores foram tão fugazes, tão nas sombras, que já nem sei como é fazer os programas quando se assume uma relação perante o mundo.
Vinha com os pensamentos a vaguearem e a lembrar que o maior amor que tive, perdi. E até o que pensei ser menor e que afinal não era...Aliás, perder faz parte de toda uma vida. Parece-me que tudo o que me custou conquistar, acabei por perder.Talvez por isso, sempre que me dou e perco, faz-me falta esses pedaços de mim.Não vou ficar a lamentar mais esta perda. Sei que não vou sofrer nem mais nem menos que por todos os outros amores ou quase amores. Será igual. E como todos os outros, irá passar.
Preciso mudar. Cá por dentro. Talvez até por fora.Não quero levar a vida a decepcionar-me sempre com os outros. E isso acontece sempre.As coisas parecem, mas afinal não são.E quando gostamos, esperamos sempre mais um pouco dos outros.Mas tenho pena... porque isso acaba sempre por nos tornar desconfiados, distantes e frios. E eu não queria...
As noites quentes tornam-se longas. Dou voltas na cama sem dormir. Queria sair por aí, conhecer novas pessoas e perder-me em corpos que nem conheço. Se eu fosse capaz...Hoje, a noite que se anuncia quente, abre o apetite. De corpos que se procuram e que suados se completam e se entregam mais sem pudor. Que escorregam por entre os dedos quando se querem puxar para nós.

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